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Voltar ao Volume 34 Nº 04

Química Nova na Escola
Vol. 34 Nº4
Novembro de 2012

Editorial

A chamada para o número especial de Química Nova na Escola sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID – pode ser considerada um grande sucesso. Fomos surpreendidos pelo elevado número de manuscritos, o que nos fez redimensionar a logística de trabalho.

Agradecemos aos autores dos 76 manuscritos recebidos, representantes de uma comunidade em franca expansão, como pudemos ver nas plenárias sobre o PIBID por ocasião do XVI ENEQ em Salvador. Por se encontrar em expansão, nossa comunidade tem recebido muitos colegas de outras áreas de formação e, portanto, sem, muitas vezes, nenhuma experiência de contato com escolas públicas e menos ainda com a pesquisa sobre o que se faz lá. De alguma forma, as contribuições recebidas para essa edição especial revelam a heterogeneidade dos projetos PIBID pelo país, que foi representado por 18 estados diferentes, com destaque para a Região Nordeste – com 32% dos textos submetidos –, seguida da Região Sul – com 30%.

Agradecemos especialmente aos nossos 85 assessores que trabalharam celeremente para cumprirmos o cronograma previsto. Com o trabalho deles, tivemos prazos de aceite que variaram entre 20 dias e 5 meses. Além dos 12 artigos publicados nesta edição especial, contamos ainda com outros manuscritos sobre o PIBID em avaliação que serão publicados ao longo de 2013.

Diante de tantos dados que iniciativas no âmbito do PIBID venham a registrar, como não considerar a necessidade de analisar métricas quantitativas dos sistemas de ensino em geral, distribuído regionalmente em sua diversidade, ansioso por contribuir para a melhoria de seu cotidiano? Talvez, para alguns, a ansiedade em ver os resultados de intervenções investigativas tenha lhes feito perder a dimensão populacional que o Programa alcança.

É inegável a contribuição de estudos de caso para conhecermos novas possibilidades de formação de professores, mas é igualmente necessário considerar avaliar o PIBID a partir de estratégias mais abrangentes de qualificação da educação pública que atende a mais de 85% da população. Estabelecer vínculos entre a formação inicial e uma atrativa retenção do professor na carreira do magistério público é fundamental para criar um ciclo geracional virtuoso. Para isso, outros programas devem estar articulados à formação de um professorado que passou por formações bastante significativas, como vistas nos textos desta edição, de forma a fazê-lo corresponsável pela transformação da educação básica. É o que também propõe o coletivo de educadores químicos no Documento de Salvador elaborado por ocasião do XVI ENEQ e publicado nesta edição de Química Nova na Escola.

É preciso desenhar pelo menos um programa federal de acolhimento de licenciandos egressos do PIBID em escolas de dupla jornada integral para professor e para alunos. Também a dedicação integral do pibidiano ao seu curso de licenciatura e ao Programa deve ser mais bem remunerada, no sentido de atraí-los para uma carreira financeiramente recompensadora que se inicia já na graduação, ao cursá-la em período e dedicação integrais. É claro que essa medida também cria pressão sobre outros programas, como o PIBIC, mas é preciso considerar qual é a prioridade, e a máxima concorrência não faz mal a ninguém. Esses são exemplos de alguns outros programas complementares necessários ao PIBID, cuja articulação supostamente poderá nos permitir atingir algumas metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

É nessa dimensão que entendemos serem necessários estudos populacionais e, por isso, quantitativos quando se faz necessário medir o impacto do PIBID. Nesse sentido, queremos sugerir que estudos sobre o Programa sejam realizados no sentido de avaliar e prospectar como e se este joga algum papel em contribuir para o cumprimento do PNE.

Não podemos deixar escapar ao debate instaurado pelos 12 artigos PIBID a influência do estágio supervisionado na concepção dos projetos. Boas experiências de condução do programa parecem estar relacionadas a propostas consistentes de estágio supervisionado que embasaram os projetos PIBID nessas instituições, sendo isso o que podemos ler aqui. A articulação entre as atividades de supervisão de estágio e do Programa são evidentes quando se propõe a desenvolver unidades de ensino e aplicá-las em diferentes contextos, o que por si só já é tema de pesquisa, qual seja, comparar situações de aplicação da proposta. De qualquer modo, a discussão não se encerra enquanto não tivermos um mapa mais nítido do que este que trazemos aos nossos leitores.

Atingir a maioridade com uma coletânea de artigos sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência é, acima de tudo, um indício de maturidade. Completar 18 anos de publicação ininterrupta é motivo de orgulho para a comunidade. Temos caminhado na direção de dar visibilidade aos diversos movimentos de produção de conhecimento na área de Ensino de Química e, com isso, temos conseguido ampliar a indexação da nossa produção, que agora está no EDUBASE. Nossa principal meta de indexação é atingirmos todos os leitores críticos que estejam engajados na transformação da Educação Química.

Os Editores

 
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Sociedade Brasileira de Química © 2012

on-line ISSN 2175-2699
impreso ISSN 0104-8899
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