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Química Nova na Escola
Vol. 32 No3
Agosto de 2010

Editorial

A comunidade de educadores em Química esteve reunida por ocasião do XV Encontro Nacional de Ensino de Química, realizado entre 22 e 25 de Julho p.p. na cidade de Brasília. O tema central do XV ENEQ, “A formação do professor de Química e os desafios da sala de aula”, foi intensamente debatido por cerca de 1500 participantes. Uma das principais contribuições desse ENEQ foi a Carta aos Candidatos à Presidência da República, aprovada na assembleia de encerramento e publica- da na íntegra nesta edição. Esse ato demonstra o compromisso democrático, inclusivo e integral que a comunidade de educadores em Química tem assumido em defesa da educação pública do país, evocando a necessidade de se ter uma Política de Estado para a área. Três conjuntos de sugestões foram apresentados e podem ser resumidos na valorização das escolas, do magistério e da formação de professores nas licenciaturas. No primeiro conjunto, além das questões estruturais, defende-se a integralidade da escola para alunos, a necessidade de redução da quantidade de alunos por sala e a implementação de salas-ambiente como meio preferen- cial para desenvolver as ações de ensino. Sobre a valorização do magistério, indica-se que a escola deve ser integral também para o professor, com horas previstas para planejamento de atividades, atendimento extraclasse aos alunos e em correções de avaliações, sem deixar de mencionar piso salarial e plano de carreira atraentes. No quesito formação de professores, defende-se a criação de instrumentos que permitam maior aproximação dos cursos de formação e seus profissionais com a Educação Básica, com efetiva participação do Estado para viabilizar essa aproximação. Entendemos que a Carta aos Candidatos à Presidência da República reflete o dinamismo da Educação em Química que, há mais de 30 anos, busca conciliar os problemas concretos das realidades escolares brasileiras com questões de pesquisa que mobilizam diversas áreas de conhecimento em torno do ensino e da aprendizagem de Química. Oxalá, os candidatos se sensibilizem com nossas propostas. Para este número, trazemos um relato de sala de aula que interpreta a pro- dução do vinho de laranja, processo bastante difundido entre agricultores do interior de Minas Gerais, em termos do conhecimento popular e suas relações com o Ensino de Química. Os autores observaram que o contexto cultural local permitiu valorizar o saber popular e interpretá-lo em termos do conhecimento químico escolar. Um outro saber popular, a produção de sabões, também é tema de outro artigo, cujo enfoque é ambiental e não propriamente etnográfico. Os autores buscaram articular o conteúdo de Química à abordagem temática, no sentido de permitir a compreensão de processos químicos no contexto social. Somos apresentados à trilogia Química, sociedade e consumo, que recupera alguns processos industriais de produção de bens de consumo e discute suas repercussões nos meios de produção e nas relações de poder que permeiam as sociedades. Na seção Elemento Químico, conheceremos detalhes do Ferro, presente no aço, cujas aplicações em diversas áreas faz desse material um dos mais conhecidos da população. Os outros artigos publicados aqui certamente nos instigarão a refletir sobre nosso fazer Educação em Química.
Os Editores.

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on-line ISSN 2175-2699
impreso ISSN 0104-8899
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