Neste ano de 2005, uma comissão criada pelo CNPq, Capes e Finep realizou estudos para propor uma nova tabela para as áreas do conhe- cimento, pois a tabela em vigor tem mais de 20 anos e hoje não reflete a dinâmica da produção de conhecimento nas mais diversas áreas. Poder- se-ia pensar que este é um assunto que não interessa à Educação Básica, mas é importante lembrar que essa tabela é utilizada por todas as agências de fomento à pesquisa, orientando a política de distribuição de recursos para pesquisas e outras iniciativas que podem resultar em benefícios diretos para os professores de Química e de Ciências da Educação Básica. Para exemplificar, todo o conjunto de Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola e de vídeos que têm por base esses Cadernos, o Portal do Professor de Química da Divisão de Ensino de Química da SBQ e os vários cursos da Química Nova na Escola para a formação de professores, realizados nos encontros nacionais e regionais da área e fora deles, nos últimos quatro anos, foram possíveis graças a financiamento do CNPq e da Vitae ao projeto da Divisão de Ensino de Química “Recursos de multimídia para o ensino de Química e Ciências: Ampliação e consolidação de um programa nacional de formação inicial e continuada de professores de Educação Básica”. Assim, mudanças na organização da tabela podem ter repercussões diretas no financiamento de ações da nossa comunidade que privilegiam a for- mação do professor da Educação Básica. A tabela agrupa as áreas do conhecimento em algumas grandes áreas. Por exemplo, na tabela atual a área de Química faz parte da grande área de Ciências Exatas e da Terra, enquanto a área de Educação situa-se na de Ciências Humanas. Cada uma dessas áreas comporta, por sua vez, algumas subáreas. Na tabela atual, são subáreas da Química: Físico-Química, Química Analítica, Química Orgânica e Química Inorgânica. A nova proposta adiciona novas subáreas (bastante consolidadas, mas que estavam ausen- tes da tabela), como Química de Materiais, Química Medicinal e Química Ambiental. Além disso, na tabela atual, cada subárea possui um conjunto de especialidades. Para se ter uma idéia, as seguintes especialidades fazem parte da atual subárea da Educação intitulada Ensino-aprendizagem: Avaliação da Aprendizagem, Métodos e Técnicas de Ensino, Tecnologia Educacional e Teorias da Instrução. Há algumas novidades importantes na nova tabela que deverá ser divulgada brevemente. Uma é que as especia- lidades deixam de fazer parte da árvore hierárquica, o que permitirá maior trânsito interdisciplinar entre elas. Por exemplo, uma especialidade como Ensino de Química poderá estar ligada tanto a uma subárea da Educação quanto a uma da Química. Em relação às áreas, a grande novidade para os educadores químicos é a possível criação de uma área de Ensino de Ciências, desvinculada da de Educação. Essa área já existe na Capes e sua criação no CNPq é apoiada pela grande maioria dos pesquisadores em Ensino de Ciências. Essa criação poderá significar a ampliação e/ou a reconfiguração das formas de financiamento para as diversas ações da área, inclusive aquelas que têm repercussão direta para os professores da Educação Básica, como a produção de material didático e os cursos de formação continuada. Aproveitamos este contato com o nosso leitor para pedir desculpas, pois devido a problemas técnicos não foi possível distribuir, com o número 21 de Química Nova na Escola, como previsto, os CD-Rom com os números 1 a 20 da Revista e com os cinco primeiros Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. Brevemente você receberá, além desse material, uma coleção de 12 vídeos produzidos a partir dos Cadernos Temáticos.
Editores e Conselho Editorial