De 24 a 27 de julho de 2006 será realizado, na Unicamp, o XIII Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ), evento bienal que reúne professores de Química do Ensino Fundamental e Médio de todo o país, pesquisadores da área e estudantes de licenciatura em Química e de pós-graduação em Educação e em Ensino de Química. Neste XIII ENEQ, a Divisão de Ensino de Química da SBQ estará comemorando 25 anos de realização ininterrupta desse evento, em diferentes estados do país. O I ENEQ foi realizado em 1982, também na Unicamp, e foi um passo importante na criação da comunidade de ensino de Química hoje reunida na Divisão. Desde então esta comunidade vem crescendo e se consolidando. A publicação de Química Nova na Escola, criada no VII ENEQ, realizado em Belo Horizonte, e que em 2005 completou 10 anos de publicação ininterrupta, é um dos marcos desse crescimento. A criação de programas de pós-graduação em Ensino de Química/Ensino de Ciências e de linhas de pesquisa destas mesmas áreas em programas de pós-graduação em Educação, em várias universidades brasileiras, é outro marco importante. À medida que a comunidade cresce e se consolida, forma pesquisadores e cria veículos para a divulgar sua produção, aumenta em todo o país o impacto das inovações propostas por grupos dessa comunidade sobre o ensino de Química no Ensino Médio e Fundamen- tal. Se a década de 80 assistiu ao nascimento de projetos inovadores em várias universidades brasileiras, a primeira década deste século XXI assiste à transformação de alguns desses projetos em livros didáticos comercializados em todo o país. Dos seis livros de Química para o Ensino Médio aprovados recentemente pelo MEC dentro do Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio, dois são resultados de projetos desenvolvidos por grupos dessa comunidade organizada na Divisão de Ensino de Química da SBQ. Historicamente, nunca o país assistiu a um movimento tão intenso na área de ensino de Química. Nos últimos ENEQs, o número de participantes ultrapassou a barreira dos 1000. Apesar de já produzir impacto no ensino de Química praticado nas escolas do Ensino Básico, esse impacto ainda não é tão grande quanto gostaríamos. As condições de trabalho e salariais dos professores de Química do Ensino Fundamental e Médio constituem-se em um dos principais fatores limitantes desse impacto. Afinal, são óbvias as dificuldades de se praticar um ensino mais centrado nos alunos, que leve em consideração suas formas de pensar e falar, que seja relevante para o seu contexto sociocultural e para sua formação como cidadão e que se apóie em uma diversidade de atividades, quando se tem mais de 40 alunos na sala de aula e parcos recursos para realizar atividades de natureza variada, quando não é possível se dedicar a apenas uma escola. Nesse sentido, embora as condições para a melhoria do ensino de Química nunca tenham sido tão favoráveis, tendo em vista o crescimento organizado dessa comunidade de professores, pesquisadores e formadores de professores em torno da Divisão de Ensino de Química da SBQ, esse movimento ainda esbarra em dificuldades estruturais da educação brasileira, como as condições salariais e de trabalho do professor, o número de alunos em sala de aula e a falta de possibilidade de dedicação exclusiva a uma única escola. Para concluir, convidamos nossos leitores a participarem do XIII ENEQ. Ao mesmo tempo em que temos muito o que comemorar pelos frutos desses 25 anos, muito ainda está por ser feito na busca de um ensino de Química de qualidade e comprometido com uma sociedade mais justa e igualitária. Editores e Conselho Editorial