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Química Nova na Escola
Vol. 07
Maio de 1998

Editorial

Química Nova na Escola vem se destacando como catalisadora de discussões que envolvem a alfabetização científica dos cidadãos e das cidadãs e é nosso objetivo, cada vez mais, consolidar esse espaço. Por outro lado, entendemos que nesse trabalho também precisamos contribuir para o debate das questões educacionais nas escolas e para o entendimento das relações entre o que realizamos em nossas salas de aula e as políticas mais globais do país. Nesse contexto, insere-se atualmente, de forma privilegiada, a análise das políticas curriculares propostas pelo Ministério da Educação e do Desporto (MEC). Em continuidade a seu trabalho de definição de diretrizes para a educação nacional, o MEC encaminhou às universidades brasileiras os parâmetros curriculares nacionais (PCN) para o ensino fundamental de 5ª a 8ª séries. Coerentemente, esse documento se fundamenta nos PCN de 1ª a 4ª séries e com ele, de forma geral, estabelece uma continuidade. Ou seja, apresenta documentos para as diferentes disciplinas (artes, ciências, educação física, geografia, história, língua estrangeira, língua portuguesa e matemática) e para os mesmos temas transversais já propostos anteriormente: pluralismo cultural, ética, saúde, meio ambiente e orientação sexual. Há que se louvar o fato de o Ministério ter se preocupado em solicitar pareceres institucionais, e não individuais. Isso demonstra que as críticas ao processo de solicitação de pareceres dos PCN de 1ª a 4ª séries foram incorporadas. Afinal, a avaliação democrática não é o somatório dos posicionamentos individuais de 400 educadores, como se pretendeu que fosse feito no caso dos PCN de 1ª a 4ª séries, mas a existência de debates institucionais amplos antes da elaboração de pareceres. Entretanto, há que se questionar o exíguo prazo concedido para a emissão dos pareceres e a época escolhida para encaminhar os documentos às instituições universitárias: janeiro, período de férias da maioria dos professores. A despeito disso, consideramos que a comunidade de educadores e educadoras não deve se furtar ao posicionamento. E mais especialmente, a comunidade dos educadores e das educadoras em ciências deve analisar o conteúdo do documento e apresentar suas contribuições. Afinal, por mais que o Ministério afirme o contrário, sabemos que esse documento servirá de base à definição de um currículo nacional, na medida em que será referência para as políticas curriculares das secretarias, a publicação de livros didáticos e as avaliações do ensino fundamental. Ou seja, por mais que sejamos contrários às políticas de currículo nacional atualmente organizadas, precisamos efetuar nossas críticas e nossas análises em dois níveis: na forma e nos objetivos de desenvolvimento dessas políticas e no conteúdo mesmo das disciplinas e temas transversais. Consideramos, portanto, que esse pode ser um tema que suscite de- bate nas escolas e que venha a constituir possíveis artigos para Química Nova na Escola. Nesse sentido, a nova seção “Espaço aberto”, com que passamos a contar a partir deste número sete, pode ser um possível canal para tal publicação. Como o próprio nome já indica, essa nova seção tem por objetivo apresentar artigos que focalizem aspectos e/ou temas não englobados por outras seções da revista, mas que igualmente se situam dentro da área de interesse dos educadores e das educadoras em química. Dessa maneira, não apenas incorporamos a diversidade temática existente hoje na pesquisa e na prática pedagógica da área de ensino de química, mas também ampliamos as discussões sobre temas educacionais relevantes e desenvolvemos a interface com a pesquisa educacional mais geral. Por exemplo, o artigo de abertura dessa nova seção aborda o tema apontado no editorial do número seis: a proposta governamental de reforma do ensino médio. Na medida em que o acompanhamento do que o governo faz na área educacional é também responsabilidade de Química Nova na Escola e da comunidade de educadores e educadoras em química, aguardamos, como sempre, possíveis contribuições de nossos leitores e leitoras para essa nova seção e para as demais seções de nossa revista.
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