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Química Nova na Escola
Vol. 12
Novembro de 2000

Editorial

Desde a extinção do Sub-Programa de Educação para Ciência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (SPEC/ PADCT), a comunidade de educadores em ciências vem ressentindo-se da falta de uma política de financiamento para a área. O SPEC/PADCT, nos seus 13 anos de existência (1984 a 1996), promoveu a consolidação da área, por meio do apoio a 320 projetos pelo país afora. Isto possibilitou a formação de uma massa crítica de mestres e doutores e a criação de programas de pós-graduação ou de linhas de pesquisa de educação em ciências em programas de pós-graduação em educação, além das várias iniciativas para a melhoria do ensino de ciências, por exemplo, projetos de formação continuada de professores, de elaboração de materiais didáticos etc. Foi o SPEC/PADCT que viabilizou muitos dos encontros nacionais e regionais na área de ensino de química na década de 90, assim como a publicação dos primeiros números de Química Nova na Escola. A extinção do SPEC/PACDT abriu uma lacuna no fincanciamento da área que programas como o Pró-Ciências, muito mais limitados em seus objetivos e escopo, não conseguiram preencher. No decorrer do ano 2000, assistimos a uma retomada do debate sobre educação em ciências no Brasil, desta vez envolvendo também cientistas das áreas de física, química e biologia, e não apenas os pesquisadores da educação em ciências. Como exemplo dessa retomada podemos citar a realização, em junho, do seminário “Educação para a Ciência”, iniciativa da Academia Brasileira de Ciências. Em dezembro será a vez da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) reunir cientistas e educadores da área em um Workshop sobre Educação em Ciências, para discutir possibilidades de intervenção da SBPC na melhoria da qualidade da educação científica em nível básico no país. Ao contrário do que aconteceu no seminário da Academia Brasileira de Ciências, para o work- shop da SBPC também foram convidados formalmente representantes da comunidade de educação em ciências. Ao longo de 2000 participamos, também, de um intenso debate sobre a criação da Área de Educação em Ciências e Matemática na CAPES – Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/MEC, independente da Área de Educação, que até então julgava os pedidos envolvendo educação em química, em ciências e em matemática, bem como avaliava os correspondentes programas de pós-graduação. A criação dessa nova área aconteceu neste fim de ano e o Prof. Marco Antônio Moreira, da UFRGS, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC), foi indicado pela CAPES como o seu coordenador, já tendo ocorrido a primeira reunião do novo comitê de área, para discutir critérios gerais para o seu funcionamento. Os editores e membros do conselho editorial de Química Nova na Escola, que participaram intensamente de todos esses debates, consideram que a criação da Área de Educação em Ciências e Matemática na CAPES pode resultar em novo impulso para a comunidade. Entretanto, para que sejam retomados os níveis de investimentos da época do SPEC, com os mesmos critérios de julgamento por pares, que asseguram a transparência no processo e a qualidade dos projetos, há necessidade do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico também criar programa de financiamento da área de ensino de ciências. Esses debates estão apenas em seu início e é necessário que toda a comunidade de educadores químicos continue a contribuir para o avanço das idéias sobre os rumos que a Educação em Ciências no Brasil deva tomar. Química Nova na Escola tem-se constituído em importante instrumento para a melhoria do Ensino de Química no Brasil e, sem dúvida, a experiência de fazer uma revista voltada para o ensino, compartilhada pela editoria, conselho editorial, colaboradores e leitores, tem muito o que contribuir para todos esses debates.
Editores e Conselho Editorial

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on-line ISSN 2175-2699
impreso ISSN 0104-8899
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