Química Nova na Escola tem como missão: publicar artigos com resultados de pesquisa da área de ensino de química e de pesquisadores de química, com os propósitos de se constituir em um espaço aberto ao professor de química da educação básica, suscitando debates e reflexões sobre o ensino e a aprendizagem de química; e veicular resultados de pesquisa e reflexões teóricas acadêmicas de investigações empíricas ou teóricas originais de ensino de química.http://qnesc.sbq.org.br/site/sg/edicoes_form.php?a=&idEdicao=51
Dessa forma, a QNEsc tem atendido a um duplo público: os professores de química e a comunidade de pesquisadores em educação em química. Com a expansão dos programas de pós-graduação em ensino de ciências, tem sido crescente a demanda por publicações de artigos acadêmicos na área. Nesse sentido, a QNEsc tem intensificado a publicação de artigos de pesquisa em ensino de química e, para o próximo ano, os editores estão organizando a publicação de Cadernos de Pesquisa da QNEsc, os quais terão como objetivo central disseminar a pesquisa nacional na área e aperfeiçoar a qualidade das investigações, contribuindo para consolidar e qualificar as pesquisas em ensino de química.
As contribuições da área de pesquisa em ensino de química vêm sendo longamente destacadas em artigos da Profa. Roseli Pacheco Schnetzler e, recentemente, foram sumarizadas em artigo do Número Especial da revista Química Nova – Química Sem Fronteiras (A pesquisa em ensino de química como área estratégica para o desenvolvimento da química. Química Nova, v. 36, n. 10,
p. 1570-1576). As contribuições de nossas pesquisas veiculadas na QNEsc têm, sem dúvida, contribuído para a construção de novas práticas de ensino de química no Brasil, e esperamos que a ampliação desse espaço de pu-blicações, na forma dos Cadernos de Pesquisa da QNEsc, venha a fortalecer as nossas pesquisas.
No final da década de 1960, o conceito de interdisciplinaridade no ensino começou a ter maior impacto no Brasil e, desde então, vem sendo amplamente debatido, tendo ganhado força na prática de professores de química. A sua aceitação pode também ser verificada na base legal dos cursos de graduação e, de maneira ainda mais específica, nas licenciaturas. De fato, enquanto as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de química afirmam que “para que se prepare um bom profissional da química, os cursos precisam se estruturar de forma a possibilitar a formação interdisciplinar requerida do profissional/cidadão”, as Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da Educação Básica preveem que os projetos político-pedagógicos dos cursos de formação docente devem considerar “as competências referentes ao domínio dos conteúdos a serem socializados, aos seus significados em diferentes contextos e sua articulação interdisciplinar”.
Tendo em vista a relevância e a abrangência da temática da interdisciplinaridade no âmbito do ensino de química, é com satisfação que convidamos os leitores de Química Nova na Escola a se embrenharem na leitura de três artigos que remetem ao assunto: Relato de uma experiência pedagógica interdisciplinar: experimentação usando como contexto o Rio Capibaribe, A gota salina de Evans: um experimento investigativo, construtivo e interdisciplinar e Determinação do teor alcoólico de vodcas: uma abordagem multidisciplinar no ensino da física, química e matemática.
A exploração dos saberes populares que, assim como a interdisciplinaridade, também tem sido alvo de atenção de professores e pesquisadores nos anos recentes, é exemplificada, no contexto do ensino de química, no artigo Saberes regionais amazônicos: do garimpo de ouro no Rio Madeira (RO) às possibilidades de inter-relação em
aulas de química/ciências. Nessa perspectiva, o trabalho traz à tona conhecimentos relacionados ao processo do garimpo, explorando aspectos científicos relacionados a ele, sem menosprezar os saberes populares.
Por fim, destacamos, na seção Atualidades em Química, o artigo O Prêmio Nobel de Química 2013, que foi concedido a Martin Karplus, Michael Levitt e Arieh Warshel, pioneiros no desenvolvimento de modelos computacionais multiescala para sistemas químicos complexos. A leitura do texto, de caráter extremamente didático, auxiliará o leitor no entendimento do campo de atuação dos laureados.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Os editores