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Química Nova na Escola
Vol. 36 No3
Agosto de 2014

Editorial

XVII Encontro Nacional de Ensino de Química

 

De 19 a 22 de agosto de 2014, foi realizado na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), na cidade de Ouro Preto, o XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ). Este é o principal evento da área de Pesquisa em Ensino de Química no país e tem contribuído substancialmente para a consolidação desta. Essa edição, organizada por professores do Departamento de Química da UFOP, contou com a apresentação de cerca de mil trabalhos em diversas modalidades e reuniu professores dos distintos níveis de ensino, bem como pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação, vinculados tanto à área de Ensino de Química como à de Química.

A temática do ENEQ 2014, A integração entre pesquisa e escola – abrindo possibilidades para um ensino de química melhor, favoreceu a reflexão sobre a produção do conhecimento em Educação Química e o seu impacto nos ambientes de ensino e aprendizagem de química. Reflexão essa sempre propícia e que se mostra premente, especialmente no atual contexto em que a Sociedade Brasileira de Química (SBQ), por meio de sua Diretoria e Conselho, acaba de se manifestar à coluna escrita pela atriz Denise Fraga, no jornal Folha de São Paulo, do dia 3 de agosto do corrente ano. A colunista afirma: “Meu filho vai mal em química. Meu outro filho também vai mal em química. Fui mal em química”, e questiona: “Química, para que te quero?”.

As razões que conduzem ao referido sentimento pela química (inegavelmente compartilhado por estudantes de todos os níveis de ensino) e provocam a indagação mencionada têm sido alvo de incessantes investigações. Uma delas, divulgada neste número de Química Nova na Escola, no artigo Discutindo a química no ensino fundamental através da análise de um caderno escolar de ciências do nono ano, de autoria de Milaré, Marcondes e Rezende, é digna de nota. As autoras concluem, obviamente na perspectiva da pesquisa realizada e guardadas as suas limitações, que “a química é abordada de maneira estanque e completamente descontextualizada de suas origens e também de situações reais e de relevância para a sociedade. É natural que isso provoque desinteresse pela química e aumente as dificuldades do aprendizadoem ciências”. Apontam ainda alguns aspectos importantes que podem conduzir ao desinteresse pela química, tais como a quantidade de conteúdos químicos desenvolvidos (“Eles são muitos”) e as características dos exercícios realizados, que “remetem a um ensino memorístico e dogmático. Há ênfase na repetição e na memorização de conceitos, desconsiderando que o aluno possui vivências e conhecimentos diversos”.

Ciente da ocorrência em muitas escolas brasileiras da realidade retratada por Milaré, Marcondes e Rezende, a comunidade de pesquisadores em Ensino de Química tem envidado esforços na geração de conhecimentos capazes de fomentar um ensino de química pautado não na formação de especialistas, mas sim na formação de cidadãos. São também encontrados neste número artigos que contribuem para o alcance dessa meta, alguns deles destacados a seguir.

No artigo A química dos chás, a temática em questão favorece a abordagem de tópicos de química que guardam relações com outras áreas do conhecimento como história, geografia e biologia, viabilizando estudos de caráter interdisciplinar. Nesse mesmo contexto, com o intuito de ampliar as perspectivas de abordagem do tópico polímeros, recursos diversos são discutidos no artigo Imagens, analogias, modelos e charge: distintas abordagens no ensino de química envolvendo o tema polímeros.

Relatos de iniciativas vinculadas ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) estão também presentes neste número como se tem verificado com frequência em edições recentes. O artigo Atividades didático-pedagógicas para o ensino de química desenvolvido pelo projeto PIBID-IFG relata a aplicação no Instituto Federal de Goiás de diversas metodologias – minicursos, visitas técnicas e experimentação – no âmbito do Programa.

Para concluir, desejamos a todos uma ótima leitura dos artigos que compõem o presente número!


Paulo Alves Porto
Salete Linhares Queiroz
Wildson Luiz Pereira dos Santos

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on-line ISSN 2175-2699
impreso ISSN 0104-8899
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